quarta-feira, 26 de maio de 2010

Lançamento do livro "Tecnologia lítica solutrense do Abrigo de Vale Boi (Vila do Bispo)"

Convidam-se todos os interessados a assistir ao lançamento do 5º Volume dos Cadernos da UNIARQ - Tecnologia lítica solutrense do Abrigo de Vale Boi (Vila do Bispo) de autoria de João Cascalheira.
O evento terá lugar no dia 27 de Maio pelas 16:00h, no Campus Gambelas da Universidade do Algarve (sala 2.35 do Edifício 1)
"O Solutrense é um dos períodos mais emblemáticos do Paleolítico Superior (talvez mesmo de toda a Pré-história antiga) do território português. Este facto deve-se, certamente, ao tipo e qualidade dos artefactos característicos dessa fase dos caçadores-recolectores da Península Ibérica, marcados pela presença de peças que esteticamente são excepcionais, as armaduras foliáceas bifaciais e as pontas de Parpalló, tão conhecidas dos manuais de Pré-história de todo o mundo (e que aparecem representadas na capa desta obra). São estes artefactos que frequentemente funcionam como fósseis-directores desse período, muitas vezes de forma errónea como é sabido na nossa historiografia arqueológica, e que permitem o reconhecimento simples e em número elevado de sítios arqueológicos deste período. Sem qualquer dúvida muito mais importante que a qualidade estética dos seus artefactos (ainda que agradável aos olhos dos especialistas e do público em geral) é a diversidade enorme das características culturais, isto é, os seus aspectos económicos, sociais, estilísticos e tecnológicos (e provavelmente também ideológicos do campo religioso e artístico) quando comparada com a que se conhece provinda das regiões tradicionais e centrais no estudo do Paleolítico Superior europeu: o Sudoeste francês e a Cantábria. (...)
O trabalho analítico, de grande qualidade levado a cabo por João Cascalheira (nome, aliás perfeitamente adequado para quem trabalha em tecnologia lítica do Paleolítico), foca a indústria da área do Abrigo do sítio de Vale Boi de cronologia solutrense. Contudo não foi esse estudo analítico apenas que fez o júri de provas de defesa de tese de mestrado (...) atribuir a nota máxima de vinte valores; foi sim, também, e talvez principalmente por isso, o contexto teórico desenvolvido por Cascalheira bem como os modelos ideológicos e cognitivos propostos pelo autor no sentido de se melhor entender a estrutura de redes sociais existentes no Sul da Península Ibérica durante o Último Máximo Glaciário e como essas estruturas ajudaram a adaptação humana nessa fase de degradação climática."
Do prefácio e contracapa, de Nuno Bicho

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